sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Em Fortaleza, Fórum GRAPHPRINT acerta o alvo da informação


 Por Fábio Sabbag
Com o objetivo de levar informação e conhecimento ao Brasil, a Agnelo Editora colocou em ação o Fórum GRAPHPRINT de Tecnologia e Gestão da Indústria Gráfica em 2011. Iniciado em Recife (PE), mais precisamente no mês de junho de 2011, paulatinamente, o evento vem ganhando força no cotidiano da indústria gráfica nacional. Com a iniciativa, a Agnelo Editora, por meio da Revista GRAPHPRINT, coloca em discussão inéditas maneiras de atender ao cliente de forma completa, tornando-se um funcional provedor de informações.
Hoje, de acordo com o Serviço de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário (Sebrae), Bahia, Ceará e Pernambuco concentram o maior número de indústrias gráficas do Nordeste. Nesses três Estados concentram-se 63% das empresas, 67% da mão de obra empregada e igualmente 67% do faturamento do setor obtido na região.

O evento, que contou com o patrocínio das empresas Adecol, Agfa, Cromos, Heliocolor, Kodak, MD Papéis e Müller Martini, alcançou as metas estabelecidas pela organizadora e felizmente não houve nenhum problema que pudesse colocar em discussão a qualidade do mesmo. Em sua grande maioria, os gráficos disseram que o nível das palestras foi excelente, e a qualidade da informação, bem satisfatória.  
Os palestrantes se destacaram perante o público, pois focaram suas apresentações em soluções e colocaram em discussão ideias referentes aos novos tempos. Foram elogiados pelos gráficos por não terem focado suas apresentações em equipamento/serviços da marca defendida. Evidentemente que uma pincelada ou outra – em solução/equipamento/serviço – é importante e inegável.   

Enfim, o II Fórum GRAPHPRINT de Tecnologia e Gestão da Indústria Gráfica entra definitivamente no calendário da indústria gráfica nacional. Em 2013, o Fórum GRAPHPRINT será realizado no Rio de Janeiro (RJ) e em Salvador (BA).
Apresentações            
Na plenária de abertura, Hamilton Terni Costa, diretor da Anconsulting, explorou o tema “A evolução da gráfica em um mercado em transformação”. Costa observou que o setor gráfico, mundialmente, sofre alguns impactos fortes com o advento das opções digitais e o crescimento vertiginoso dos aparatos móveis. “Esses fatores aumentam consideravelmente a concorrência do material impresso. A velocidade da tecnologia, ainda que a tecnologia de impressão também evolua, transforma o cenário rapidamente, pois trabalha com a plataforma da web”, avaliou.
As mudanças provenientes das novas tecnologias afetam diretamente e, hoje, não há produto gráfico que não tenha um substituto eletrônico. “A questão da substituição se dá pela nossa própria conveniência. Sabemos que produto gráfico é uma preocupação do empresário gráfico somente”, observou Costa. 
Antes que os empresários pensem em vender rapidamente seus negócios e partir para novos horizontes, Costa lembrou que o negócio gráfico, especificamente nos países emergentes, ainda é viável e rentável. “Em mercados maduros, o crescimento da indústria gráfica é menor do que o crescimento do PIB. Já nos países desenvolvidos, o crescimento geralmente é maior. A produção gráfica brasileira, em comparação com os EUA, tem números de crescimento bem mais significantes.”
Em termos de processo, de acordo com Costa, as soluções serão cada vez mais híbridas e o avanço do digital é muito forte, mas não substituirá a impressão offset. “Teremos de ter habilidade para atendermos as demandas, inclusive quando o cliente não imprime”, apontou.
Em sua apresentação, Costa falou do período chamado por alguns especialistas econômicos como a terceira evolução industrial, baseada na digitalização da produção como um todo. “A automação total dos equipamentos que se auto-ajustam e que constroem novos equipamentos e o forte uso da nanotecnologia, junto a linhas de produção cada vez mais flexíveis, são tendências evidentes”, apontou.
Algo tão familiar, os celulares, na visão do palestrante, serão cada vez mais os propulsores de demandas. “Cada vez mais usaremos o celular dentro da indústria gráfica como um gerador de material impresso. A sociedade brasileira é tradicional consumidora de celular e smartphones e definitivamente será outra condição de crescimento para o meio gráfico”, disse.  
Na sequência, Ronaldo Alves Dias, vendedor da Müller Martini, mostrou como a automação no setor de acabamento pode aumentar a produtividade e, automaticamente, gerar novas condições de lucro às empresas. “O mercado conta com empresas fortes e que precisam de estrutura para fornecer equipamentos avançados e lucrativos. Por isso, os equipamentos da Müller Martini vêm com plataformas para integração total ao ambiente digital. A agilidade no setup hoje é fundamental para o sucesso de uma gráfica, e a Müller Martini está pronta para oferecer a máxima performance da tecnologia”, disse Dias.  
Já Enio Zucchino, gerente de marketing para segmento de impressão comercial da Kodak, detalhou o tema “Impressão digital: demanda vai crescer. Sua empresa está preparada?”. “Mídias eletrônicas rapidamente têm ganhado força durante as últimas décadas, e para competir, a indústria gráfica tem apontado para a impressão digital como uma forma de aumentar sua própria competitividade frente às demais mídias. O volume de impressão de páginas coloridas está crescendo e a impressão é um negócio que tem muitos anos saudáveis pela frente. A própria banalização dos meios eletrônicos gera ao anunciante insegurança. Eles se negam a abandonar o meio impresso, pois a relevância é maior”, observou Zucchino.  
O profissional da Kodak enxerga uma coexistência entre o que é impressão digital em toner e o que é impressão digital inkjet. “A expectativa é que até 2014 tenhamos uma grande adoção de impressão por tecnologia inkjet. Acredito em um crescimento de 30% em inkjet em dois anos”, avaliou acrescentando que as empresas gráficas terão de apresentar ganho de tempo produtivo, otimização de consumíveis, grande flexibilidade para atendimento de trabalhos urgentes, provas contratuais nos mesmos substratos e variação de conteúdo página a página.
Zucchino fez um alerta aos empresários do setor: entrar na impressão digital não significa somente comprar uma máquina. “O ponto importante é entender e definir toda a estratégia e qual produto o cliente demanda. É preciso conhecer a demanda do seu cliente para entender o tipo de tecnologia que sua empresa precisa para ser competitiva”, orientou.  
Um mar de informação
Baseado no tema “Como as ferramentas de web to print podem abrir novas frentes de negócios”, Marcelo Moraes, consultor de vendas da Agfa Norte e Nordeste, apontou os novos caminhos do setor. A apresentação mostrou as ferramentas oferecidas pela Agfa que podem tornar o negócio mais lucrativo, produtivo e sustentável.    

De acordo com Moraes, a tecnologia da informação faz parte do cotidiano dos profissionais e do consumidor. “O desafio das empresas é compreender o poder da convergência e a mobilidade amplia o acesso aos clientes. Redes sociais, por exemplo, estimulam novos comportamentos e aspirações. E, definitivamente, a indústria gráfica tem o poder de oferecer produtos e serviços para diversas áreas”, disse.  
As gráficas precisam buscar as vendas que podem surgir por meio da internet, “e as ferramentas existentes expandem a base de clientes, aumentam o faturamento e agilizam o fluxo de trabalho”, afirmou Moraes.
Desde 1989 atuando no fornecimento de vernizes, a Heliocolor apresentou seus desenvolvimentos que têm como meta a valorização da embalagem ou impresso. Flavio de Castro, gerente de marketing da Heliocolor, disse que hoje a Heliocolor tem em linha 150 tipos de vernizes. “Produzimos especialidades para diversos tipos de embalagens, e quando é preciso um verniz diferenciado sempre somos procurados. No quesito ecologia, fizemos uma seleção com algumas resinas fabricadas exclusivamente na Alemanha para desenvolvimento de vernizes que serão aplicados em produtos alimentícios”, falou.
Ainda de acordo com De Castro, as necessidades são grandes e é preciso oferecer vernizes com grande resistência ao atrito. “Outro ponto importante é o coeficiente de deslizamento do papel. No caso de impressão de papel couchê fosco recomendamos o uso do verniz acetinado para isolar a película de tinta durante a secagem. Definitivamente, os vernizes valorizam muito o impresso.”  
Chega o momento de colorir o fórum: com o tema “Conhecendo e entendendo a cor - uma introdução à colorimetria”, Marcos Jesus, supervisor de assistência técnica, revelou conhecimentos básicos de colorimetria, iluminantes, percepção de cores e os porquês do uso de sistemas de controle de cor.
Com mais de 30 anos de experiência na área técnica gráfica, Jesus falou que a Cromos lançará uma linha de tintas para HUV (LED) com comprimento de onda mais baixo e uma efetividade de cura mais alta. “Para enxergar cor temos de ter reflexão de luz. O olho humano seria o melhor instrumento para ver a cor, mas há a fadiga visual, idade, memória de cor, daltonismo, influência do meio, condições de iluminação. Em 20 segundos o olho humano está cansado de ver a imagem e por isso os softwares de controle de cor são importantes”, falou Jesus.
“Com o iluminante inadequado a tonalidade se apresenta errada e o impresso fica fora de tom. Por isso é necessário estabelecer o iluminante correto para a sua gráfica. Outra dica importante é que é preciso cortar um pedaço do impresso para analisar a cor separadamente. É muito comum também o impressor ver a folha e misturá-la com outra imagem. O estado psicológico também interfere muito”, explicou.
Passando da cor ao papel, Georgia de Almeida Tavares, chefe de serviço de atendimento ao cliente da MD Papéis, explorou o tema “Embalagem: opções para eliminar etapas durante a produção. Resistência mecânica com redução de gramatura”. Formada em engenharia de produção química pela Universidade Federal de São Carlos e especialista em gerenciamento de qualidade pela Faculdade de Engenharia Industrial, Georgia é especialista em papel e celulose pela Escola Politécnica da USP.
“A resistência mecânica com redução de gramatura é foco de desenvolvimentos modernos. Antigamente, a definição de papel cartão era de 200 gramas a 500 gramas. Hoje, temos desenvolvimentos de 190 gramas e 180 gramas. Todo fabricante de papel vende seu produto por quilo, então quando conseguimos reduzir a gramatura e manter as propriedades físicas importantes há uma vantagem ao gráfico. O papel cartão, por exemplo, tem que preservar a embalagem durante o transporte e durante sua estadia no ponto de venda também. Por isso, é fundamental ter um produto de qualidade, com matérias-primas de primeira linha”, falou Georgia.        
A Adecol fez uma palestra focada na evolução do adesivo na indústria gráfica. Fernando Cardoso, gerente comercial da Adecol, apresentou o tema "Da lombada ao fechamento: adesivos avançados dão segurança a todos os nichos da indústria gráfica". Cardoso é técnico químico e graduado em administração de empresas, pós-graduado em finanças e em marketing. Atua na área comercial e na gestão de empresas há 12 anos.
Cardoso analisou as novas possibilidades do mundo do adesivo industrial de acordo com as tecnologias existentes. Diante do cenário atual de escassez de matéria-prima, a China entrando no mercado e o crescimento digital, as empresas gráficas precisam de soluções alternativas para continuar crescendo. O gerente comercial revelou que a empresa lançará um adesivo da nova linha Peformelt que é formulado com o novo polímero destinado à colagem de caixas. “O novo produto se apresenta na categoria premium, pois é formulado com a tecnologia dos polímeros de metaloceno, que traz diversos benefícios na linha de produção e, ao final, uma economia de até 30% para a empresa. É um adesivo formulado especialmente para suportar longos períodos no coleiro sem sofrer alteração no seu estado”, explicou Cardoso.
Encerrando as apresentações, Silvio Nicolas, consultor gráfico, fez a palestra “Pensamento lean manufacture: aumentando os lucros por meio da produção enxuta”. “Cada vez mais as empresas precisam reduzir os tempos improdutivos para continuarem competitivas no mercado. Apresento, por meio da produção enxuta, alguns conceitos, exemplos e estudos de casos, despertando interesse nessas ferramentas”, falou Nicolas.
Nicolas atua na área gráfica há 14 anos e foi instrutor de tecnologia gráfica e de impressão offset por cinco anos na Escola Senai Theobaldo de Nigris (SP). Compõe a mesa de integrantes de Normas ABTG ONS-27. “Em sua grande maioria as empresas gráficas concentram seus esforços em aumento da capacidade, que faz ganhar muito pouco no quesito de efetividade, deixando para uma terceira ou quarta etapa os esforços em diminuir os desperdícios, que representa aproximadamente mais de 65% da efetividade”, disse Nicolas.
Não é de se crucificar essas ações, pois o desperdício – ou perdas na indústria gráfica –, em sua grande maioria, passa invisível aos olhos dos gestores de todos os níveis. É extremamente sutil e quase que imperceptível, não estando presente somente nos produtos danificados ou “não conformes”. “O conceito lean manufacture, também conhecido como produção enxuta, está cada vez mais tomando espaço nas indústrias gráficas no Brasil e tem múltiplos benefícios, como a organização da produção, aumento da eficiência através da redução dos tempos improdutivos, criação de valores, identificação dos gargalos ocultos, assistência nas tomadas de decisões gerenciais, melhorias no método de processos e procedimentos de fabrica

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