quarta-feira, 17 de abril de 2013

Faturamento das MPEs paulistas cresce 7,1% em fevereiro

Receita real somou R$ 42,8 bilhões. Foi o 14º aumento seguido no indicador na comparação de um mês com o mesmo mês do ano anterior
O faturamento real (já descontada a inflação) das micro e pequenas empresas paulistas (MPEs) aumentou 7,1% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2012. Foi o melhor resultado para um mês de fevereiro desde 2001. Na comparação com igual período do ano anterior, foi o 14º crescimento seguido do índice. Os dados são da pesquisa mensal Indicadores, do Sebrae-SP.
A receita total das MPEs  do Estado de São Paulo somou R$ 42,8 bilhões, o que representa R$ 2,8 bilhões a mais do que em igual período de 2012. No confronto com janeiro deste ano, houve elevação de 4,9%, uma alta de R$ 2 bilhões no resultado.  Na média, cada MPE viu entrar no seu caixa R$ 27.387,93.
“O ritmo modesto do crescimento da economia brasileira não impediu que as MPEs tivessem bom desempenho. O impulso veio do consumo aquecido no mercado interno, que foi estimulado pelo momento positivo do mercado de trabalho e da renda”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.
Na análise por setores, serviços foi o destaque em fevereiro, com avanço de 15,1% ante o mesmo mês de 2012. O faturamento da indústria aumentou 5,5% e o do comércio, 1,3%.
No que diz respeito ao desempenho por regiões, o faturamento das MPEs da cidade de São Paulo registrou o maior crescimento (22,2%). A região metropolitana vem em seguida, com aumento de 12,9%, e o interior do Estado com alta de 1,3%. No mesmo período de comparação, apenas o ABC teve variação negativa. O faturamento das MPEs locais encolheu 2,3%.
No primeiro bimestre deste ano, as MPEs paulistas registram elevação de 4% no faturamento em relação ao mesmo intervalo de 2012.
Expectativas
Em março, 49% dos proprietários de MPEs no Estado de São Paulo acreditam que o faturamento de seus negócios ficará estável nos próximos seis meses e 35% esperam um aumento da receita, os mesmos índices de março de 2012. “Porém, chama a atenção o fato de o menor grupo, que prevê piora no resultado, ter aumentado ligeiramente: eram 3% em março do ano passado e agora são 5% os que têm expectativa negativa”, diz o consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves.
Outros 11% não souberam dizer como será o comportamento dos negócios nos próximos seis meses.
A maioria dos donos de MPEs paulistas (54%) também falam em manutenção no nível de atividade da economia brasileira. Em março de 2012, esse grupo era menor: 52%. Já para 27% a perspectiva é de melhora. A parcela dos que esperam piora nesse indicador também cresceu: de 8% em março de 2012 para 9% em igual mês deste ano. Os que não sabem dizer como a economia vai se comportar são 10%.
“A previsão do Banco Central é que o Produto Interno Bruto avance 3% este ano ante 2012, o que significará uma razoável melhora, já que no ano passado só aumentou 0,9% na comparação com 2011”, aponta Gonçalves.
Devem contribuir para a melhora do PIB o recuo da taxa básica de juros, a Selic, ocorrido em 2012, a desoneração da folha de pagamento das empresas, a redução da tarifa de energia elétrica e a desvalorização do real ante o dólar. “Esse conjunto de medidas deverá reflexos positivos, inclusive no setor industrial, um dos que mais têm tido dificuldades para apresentar bons resultados. A variação no câmbio, que deixa os produtos nacionais mais baratos na concorrência com os importados, é um fator a ajudar nesse sentido”, explica Caetano.
Segundo Caetano, a manutenção da renda e da ocupação tem importante papel para assegurar o consumo no mercado interno. “As MPEs só têm a ganhar com os baixos índices de desemprego e a melhora nos salários. As famílias consomem mais e impulsionam os pequenos negócios. Porém, é preciso estar atento ao comportamento da inflação, fonte de preocupações, que pode fazer com que o Banco Central eleve a taxa de juros para reduzir o ritmo da atividade econômica e conter os preços”, pondera Caetano.
Além disso, a situação externa continua sendo fonte de preocupações. “Chipre e as dificuldades de financiamento do seu sistema bancário, a incerteza política na Itália e o baixo crescimento na Zona do Euro compõem um cenário de turbulência, que pode ser prejudicial ao desempenho da economia brasileira”, completa Gonçalves. Esse contexto prejudica as exportações nacionais e as incertezas restringem o volume de investimentos, com consequências negativas para o País.
O estudo
A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente, com a colaboração da Fundação Seade. São entrevistadas 2.716 MPEs do Estado de São Paulo, distribuídas em: indústria de transformação (10%), comércio (53%) e serviços (37%). Nesta pesquisa, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões.

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