terça-feira, 30 de abril de 2013

Há 40 anos, o governo submetia à censura todas as revistas do país

Dados do IBOPE demonstram que, na época, muitos brasileiros desconheciam o significado do AI-5
​Há 40 anos, em 16 de abril de 1973, o governo brasileiro publicava uma portaria determinando que todas as revistas do país fossem submetidas à censura vigente.  Como resultado, 14 publicações nacionais e 46 estrangeiras tiveram a sua circulação proibida em território nacional.
Por mais que as liberdades fossem cada vez mais cerceadas, boa parte da população permanecia alheia aos atos do governo. No Rio de Janeiro, dados do IBOPE de 1975 demonstram que 95% dos jovens da época não sabiam o significado do AI-5 (Ato Institucional número 5), que em 1968 decretou a censura de toda e qualquer manifestação cultural no Brasil.
“Até 68 foi possível driblar a censura até mesmo imaginar que o problema da relação cultura e governo estava apenas na área da ameaça às instituições. Mas como sempre, a repressão cultural é incontrolável e acaba se radicalizando, dominada por aqueles que acreditam que o problema não é ser contra ou a favor do governo, mas simplesmente pensar livremente. Nesta hora, cessam os limites e subversivo é tudo que propõe qualquer nova maneira de ver as coisas, mesmo que não se trate de política. Em 68 fez-se a definitiva noite”, descrevem as páginas do Arquivo Nacional.
Novos tempos
O amanhecer dessa noite escura só veio acontecer em 1981, no governo do general João Figueiredo. Na época, o IBOPE foi às ruas perguntar como as populações do Rio de Janeiro e de São Paulo se sentiam com o fim da censura no país.
De acordo com os resultados, para 41% dos entrevistados, extinguir a censura foi uma medida correta. Ao mesmo tempo, 27% continuavam a acreditar que o governo não deveria permitir a divulgação de temas atentatórios à moral e aos bons costumes.
Na pesquisa, 8% declararam ainda que a medida adotada foi ampla demais.  Outros 5% acreditavam que deveriam ser liberados apenas os temas políticos e críticas ao governo, enquanto 4% deram outras respostas e 17% preferiram não opinar a respeito.

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