quinta-feira, 8 de agosto de 2013

60% das micro e pequenas indústrias de SP preveem crescimento da inflação no país e seguem pessimistas com a economia

O pessimismo dos dirigentes de micro e pequenas indústrias do Estado de São Paulo com a situação econômica continuou a avançar em julho na comparação com os meses anteriores e a preocupação com a inflação ainda é recorrente entre os empresários do setor, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha para o Sindicato das Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi-SP).

No cenário negativo pesam, entre outros fatores, a escassez de capital de giro, política de crédito restrita, inadimplência e concorrência desfavorável com produtos importados, o que levou o presidente do Simpi-SP, Joseph Couri, a enviar um ofício à presidente Dilma Rousseff na semana passada. Nele, Couri manifesta preocupação com a decisão do governo, tomada na semana passada, de reduzir imposto de importação de 100 produtos. “Nosso segmento quer condições iguais de competitividade no mercado”, comenta.

Cenário político

A avaliação do governo da presidente Dilma feita pelos empresários do setor continuou em queda em julho. 47% consideram seu governo ruim ou péssimo (na pesquisa de junho, 43% tinham essa avaliação), 37% o consideram regular, e 12%ótimo ou bom (no mês anterior, 25%).

Em relação ao governador Geraldo Alckmin, 20% avaliam seu governo como ruim ou péssimo (na pesquisa anterior, 24%), enquanto 50% o consideram regular (ante 44% em junho), e 27%, ótimo ou bom (ante 32% na pesquisa anterior). 

Pessimismo econômico

Micro e pequeno industrial segue pessimista com a economia do país e do Estado de São Paulo. No levantamento atual, 48% indicam que a situação econômica do Brasil é ruim ou péssima (no mês anterior, 44% tinham a mesma avaliação), 37% veem a situação como regular (eram 40%), e outros 13%, como ótima ou boa (eram 16%). Quando o tema é a economia do Estado de São Paulo, 41% dizem que a situação é ruim ou péssima, ante 34% no levantamento anterior. Há ainda 39% que analisam a situação como regular (eram 35%), e 19% que a veem como ótima ou boa (eram 30%).

Inflação e escassez de crédito

Em relação à inflação, diminuiu a fatia de dirigentes do setor, de 69% para 60%, que preveem que a inflação irá aumentar. Para 33%, a inflação ficará como está, e 5% acreditam que irá diminuir.

Entre junho e julho, voltou a subir a fatia dos que indicam que o capital de giro disponível é pouco, trazendo muitas dificuldades (de 27% para 37%), enquanto caiu a taxa dos que dispõem de capital de giro no volume exato do que precisam (de 43% para 27%).

Quando precisam de crédito, 40% das empresas do setor recorrem a linhas voltadas para pessoas jurídicas, enquanto um total de 48% procura outros meios de financiamento. 16% buscam empréstimos pessoais no banco, 11% com amigos ou parentes, 6% apelam ao cheque especial e 5%, a empresas ou pessoas que fornecem empréstimos, entre outras fontes (a exemplo de cartões de crédito). 

Na comparação com junho, subiu o percentual de empresas que buscam crédito voltado para pessoas jurídicas (eram 33%), assim como a de empresas que buscam empréstimos pessoais (eram 8%).

Inadimplência e estagnação

Paralelamente, o nível de inadimplência continua a preocupar a maioria dos dirigentes das micro e pequenas indústrias do Estado de São Paulo: 55% dizem que esse aspecto do negócio é preocupante, índice similar ao verificado no mês anterior (57%). Além disso, 70% dizem que a inadimplência ficará com está, enquanto 17% acreditam que irá aumentar, e outros 4%, que irá diminuir.

Caiu de 23% para 18% a fatia de micro e pequenas indústrias que pretendem investir em máquinas e equipamentos, mas há ainda 8% que pretendem fazer investimento em reforma ou ampliação do espaço físico onde funcionam, nível similar (7%) a dos que realizaram esse tipo de investimento em junho.

Concorrência desigual e vagas

A concorrência com produtos importados continua desfavorável para as micro e pequenas indústrias, indicam 75% dos que concorrem com esse tipo de produto (na rodada anterior, 83% tinham a mesma opinião). Para 16%, a competição acontece em igualdade para ambos os lados. Somente 6% indicam que a concorrência é favorável para seus produtos, e desfavorável para os itens que vêm do exterior.

A pesquisa Simpi-SP/Datafolha mostra que a abertura de novas vagas reforça a tendência de estagnação do investimento: 9% das empresas disseram, em julho, ter aberto vagas de emprego no mês anterior (na rodada passada do levantamento, esse índice era de 8%). Uma fatia similar (13%, ante 10% na rodada anterior) fechou vagas. Em relação a contratações futuras, caiu pela metade (de 20% em junho para 10% em julho) a fatia de dirigentes do setor que preveem abertura de novas vagas, enquanto 4% preveem fechamento de vagas.

As empresas
Mesmo diante de um cenário predominantemente negativo, os dirigentes de micro e empresas em julho é estável a avaliação geral que fazem de suas empresas. 38% delas têm uma situação ótima ou boa, e 21% enfrentam uma situação ruim ou péssima. Para 42%, a situação geral é regular.

A pesquisa do Indicador de Atividade das Micro e Pequenas Indústrias de São Paulo, encomendado pelo Simpi-SP, foi realizada entre os dias 11 a 27 de julho, com 304 micro e pequenas indústrias paulistas. São consideradas micro as que empregam até 9 funcionários, e pequenas, de 10 a 50 trabalhadores registrados.

A íntegra das cinco pesquisas realizadas para o Simpi-SP, desde março, estão disponíveis no site da entidade (www.simpi.org.br).

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