Com exceção das empresas de porte médio, o setor não
espera melhoras no ambiente de negócios pelos próximos seis meses. E nem Copa
nem eleições contribuem para melhorar as expectativas
O empresário gráfico não está satisfeito com o atual ambiente de negócios nem espera melhoras
pelos próximos seis meses. Tampouco aguarda reflexos positivos de Copa e
eleições. Foi o que constatou a última Sondagem da Indústria Gráfica, realizada
pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf).
Em um intervalo de 0 a 100, no qual resultados abaixo de
50 indicam pessimismo, as condições atuais dos negócios foram pontuadas em
43,3. Em relação aos próximos seis meses, a nota sobe para 53,4. A ponderação
entre ambos fica em 48,3, que perfaz o atual Índice de Confiança da Indústria
Gráfica.
O pessimismo é mais acentuado nas gráficas paulistas,
cujo Índice é de 46,9, com subíndices de
situação atual e de expectativas em 42,5 e 51,2, respectivamente.
Analisando a amostra por porte, apenas as médias empresas
demonstram confiança, com Índice de 53,3. No recorte por principal segmento de
atuação, há otimismo entre as indústrias de Cartões (65,2), Embalagens (50,5) e
Etiquetas (52,3), todas tipicamente de porte médio.
Na outra ponta, as menos confiantes são as pequenas
(45,8), enquanto micros e grandes quase empatam – 48 e 48,3, respectivamente.
Dentre os segmentos que mais se sentem ameaçados, destacam-se Impressos de
Segurança (44,1), Envelopes (44,6) e Cadernos (45,3).
“O baixo Índice de Confiança tem reflexo direto na
disposição de investimento. O que é muito negativo em um cenário no qual o
ganho de produtividade constitui o principal desafio da indústria”, comenta Levi
Ceregato, presidente nacional da Abigraf, lembrando que o parque industrial
brasileiro tem, em média 17 anos, enquanto o alemão, apenas cinco. “Não é o
caso da indústria gráfica que, nos últimos seis anos, investiu, em média, US$
1,3 bilhão anuais em equipamento e tecnologia. Mas é preciso haver equilíbrio
para manter essa dinâmica e, em 2013, já registramos uma pequena queda nos
investimentos, que ficaram em US$ 1,17 bilhão”, pondera o empresário.
Frente à capacidade da Copa de alavancar negócios, o
pessimismo é unânime, com Índice de 39,6. Já em relação às eleições, a
expectativa é praticamente neutra, com Índice de 50,2. Localmente, as regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as mais otimistas com as eleições, pontuando
o 57,9, bastante acima da média nacional, enquanto Sul e Sudeste ficam em 46,5
e 49,6, respectivamente.
A Sondagem da Indústria Gráfica é realizada
trimestralmente pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e, a
partir da presente edição, tem abrangência nacional. Foi criada em 2013 e, até
o primeiro trimestre deste ano, era realizada apenas em São Paulo. Em função da
mudança de abrangência e do curto histórico, não é possível ainda realizar
ponderações sazonais.
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