terça-feira, 7 de abril de 2015

O micro, pequeno empresário e empreendedor – suas necessidades jurídicas - Por Paulo Akiyama*

Ao longo de minha vida profissional, mais de 36 anos, atuei em várias áreas, quatro anos na indústria, 15 anos no mercado financeiro e já estou há mais de 17 anos na área jurídica.

Passei, quando atuando na área financeira, por todos os planos econômicos, liquidações de bancos comerciais, inflação galopante entre outras crises, sendo a que mais marcaram foram a de 1982/4 e 1986/7, onde presenciei inúmeros empresários praticamente perderem tudo o que construíram.

Como Advogado, passei por inúmeras mudanças significativas em nossa legislação, e ainda estamos passando a cada dia, sem contar, com o crescimento do número de processos em nossos tribunais.

Uma vez uma pessoa me disse que estatisticamente há 40 mudanças por dia na nossa legislação, tanto leis como normas administrativas, englobando as municipais, estaduais e federais.

Comecei imaginar como pode um empreendedor, micro e pequeno empresário, se proteger em relação às exigências legais. Consultei alguns micros empreendedores em relação as suas decisões no dia a dia e porque ele não consultava um advogado. A resposta sempre foi a mesma, medo do custo e de não entender o que o Advogado irá lhe informar, pois o idioma “juridiquês” não lhes eram familiar.

Assim, passo a discorrer o presente texto para tentar explicar aquilo que já expliquei a estes micros empreendedores que entrevistei. O Advogado é um profissional de grande importância ao empresário, se assim não fosse, as grandes corporações não teriam seu próprio corpo jurídico e ainda contratam escritórios externos, na maioria na assessoria preventiva e não na contenciosa.

O pequeno empresário/empreendedor, ao decidir o seu dia a dia, sempre está esbarrando no direito. Assinam contratos, efetuam vendas, possuem problemas com consumidores, duvidas trabalhista, dúvidas sobre impostos, elaboração de contratos, de parcelamentos de vendas, de contratação de empréstimos, entre diversas outras.

Quando o micro e pequeno empreendedor consulta preventivamente um advogado ele evita inúmeras “dores de cabeça” no futuro próximo, pois, contrata com mais segurança, registra suas marcas, concede benefícios ou não concede aos seus funcionários, ou seja, administra sua empresa dentro da previsão legal.

Não ocorrendo isto, ele estará à mercê da sorte, pois, contratou e não sabe se o que foi contratado está correto. Sabe quando ele vai saber? Quando ocorre a necessidade de demandar aquele contrato. Muitas vezes há surpresas desagradáveis originarias de cláusulas que não lhes eram claras e deixaram-nos fragilizados.

Muitas vezes, cede a pedidos de funcionários sem estar alerta à legislação trabalhista ou convenção da classe. Ao demitir o funcionário ou este vier a se demitir, enfrenta sérios problemas na Justiça do Trabalho, por decisões que tomou com a maior boa intenção, mas que não atendia os preceitos legais. Entre estas e outras, há milhões de casos em que o micro e pequeno empresário, por decisões sem orientação jurídica, acabam por até perder seu negócio. Basta analisar as estatísticas de quantas empresas são criadas por dia e quantas acabam por simplesmente “baixar as portas” por dia.

Um advogado não lhe custa tanto assim, afinal, há economias que resultam em enormes perdas. Basta o micro e pequeno empreendedor buscarem uma boa negociação com o profissional do direito e assim, sempre estar amparado pela lei.

Sabemos que nosso sistema judiciário é lento e muitas vezes trazem resultados não tão satisfatórios aos clientes dos advogados, razões são muitas para isto, porém, seria muito mais agradável ao micro e pequeno empresário, ao invés de enfrentar um processo custoso e longo, estar bem orientado e não precisar ir ao poder judiciário.

Além de desafogarmos o poder judiciário de milhões de processos, ainda, haverá o melhor resultado, o micro e pequeno empresário despenderão suas energias para aquilo que eles realmente sabem fazer, produzir e assim buscarem seus resultados financeiros de maneira sadia e correndo menores riscos. Espero que tenha clareado ao micro e pequeno empresário que buscarem apoio jurídico não lhes é custoso, mas sim, sadio aos negócios.


*Formado em economia e em direito 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados, atua com ênfase no direito empresarial e direito de família.

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