terça-feira, 15 de março de 2016

Casa da Moeda do Brasil recebe certificação FSC

Às vésperas do início dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, a Casa da Moeda do Brasil (CMB) torna-se a primeira empresa de seu segmento, na América Latina, a receber a certificação FSC (Forest Stewardship Council) para Cadeia de Custódia, o que garante a rastreabilidade da matéria-prima desde que ela sai das florestas até chegar ao consumidor final. Ou, neste caso específico, aos atletas.

O FSC firmou um compromisso com o Comitê Organizador Rio 2016, em 2013, para que a madeira e os produtos de origem florestal adquiridos pela organização do evento fossem certificados.

Responsável pela fabricação de todas as medalhas de premiação e participação nos Jogos Rio 2016, a Casa da Moeda do Brasil (CMB) vai fornecer ainda, além das embalagens e fitas das medalhas, todos os diplomas e certificados do evento. O selo FSC é uma garantia de origem do produto, o que significa dizer que a matéria-prima utilizada – o papel, no caso dos diplomas e certificados, e a madeira usada nas embalagens - foi obtida de forma ambientalmente correta, socialmente benéfica e economicamente viável.

“A CMB dá mais uma passo em direção à sustentabilidade com a certificação FSC, garantindo que diversos impressos e embalagens sejam de origem florestal legal e responsável”, explica Marcos Pereira, superintendente do Departamento de Meio Ambiente e Qualidade, da CMB.

Outros itens também serão certificados para os Jogos, entre eles, 40 mil camas, 120 mil criados-mudos, 80 mil mesas e até os pódios. “O Rio 2016 assumiu o compromisso de inserir a sustentabilidade na organização do maior evento esportivo do planeta, e uma das nossas principais causas é o combate ao desmatamento. Neste processo trabalhamos com a área de suprimentos na capacitação e monitoramento dos fornecedores e cadeias de produção”, comenta Tania Braga, Gerente de Sustentabilidade do Comitê Rio 2016.

Atualmente, o FSC Brasil conta com mais de mil certificados na modalidade de cadeia de custódia. Esse tipo de certificação é valido para empreendimentos e comunidades envolvidos no processamento e na comercialização de produtos que utilizem insumos florestais madeireiros ou não madeireiros. Serrarias, fabricantes, designers e gráficas que desejam utilizar o selo FSC em seus produtos precisam obter o certificado, para garantir o acompanhamento de todo o processo produtivo.

“A iniciativa da Casa da Moeda abre possibilidade para aumentar o escopo da certificação para outros produtos sob responsabilidade desta empresa, como os passaportes e selos postais”, explica Aline Tristão, diretora executiva do FSC Brasil. “Além disso, hoje existe o interesse de certificar o projeto de reflorestamento voluntário que a CMB vem realizando em uma reserva biológica, no Rio de Janeiro, habitat do mico-leão-dourado”, completa.

Para o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), que auditou e recomendou a certificação da Casa da Moeda do Brasil, essa iniciativa pode, inclusive, servir de exemplo para outros países. “A certificação da CMB é algo muito inovador. Consumindo papel certificado FSC, ela estimula toda uma cadeia produtiva e contribui para que mais florestas sejam certificadas, garantindo o bom manejo e sua conservação”, avalia Leonardo Sobral, gerente de certificação florestal do Imaflora.


O objetivo do acordo entre o FSC e o Comitê sempre foi justamente esse: aproveitar as obras e a visibilidade de um evento desse porte, dar mais oportunidades de negócios para a madeira certificada e conscientizar o setor produtivo sobre a importância do uso inteligente das florestas, ampliando as boas práticas sociais e ambientais, entre outras coisas, através de mecanismos de compras públicas sustentáveis. “Até aqui, há avanços concretos em termos de novos conhecimentos e articulações de parcerias nacionais pela preservação do meio ambiente. E esse já é um legado dos Jogos Olímpicos Rio 2016™”, afirma Aline, do FSC.

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